domingo, 6 de julho de 2008

White Russian

Cheguei no bar, encontro meu barman favorito, Gelson, aquele amigo pra toda hora e de muita estrada. Peço um white russian, cai bem para uma noite fria como essa.
Ficamos conversando sobre a noite, sobre as pessoas que vem sempre no bar, conversa amena só para distrair.
Fico observando cada um que entra, como se fossem todos a um baile de debutantes, e cada um/a tenta mostrar seus melhores atributos, afinal de contas, é aqui que as pessoas se acham.
Muito do meu passado está escrito nestas paredes, na fumaça que sobe pelo bar, nos mojitos e white russian tomados, naquela quina do corredor, indo para o banheiro onde costumo me encostar e analisar as pessoas.
As cantadas baratas, as risadas controladas de alegria porque ele a notou, as amigas empolgadas que estão saindo juntas para comemorar, o casal que fica pela primeira vez e tenho vontade de gritar: get a room!
Logo a pista está cheia, o canhão de laser girando, o DJ tocando todas aquelas músicas conhecidas mas que são esperadas.
Mais para o final da noite, muitos já se foram, e gatos pingados se esbarram tentando ter uma última chance, afinal...a noite ainda não acabou.
Converso com os amigos que trabalham no bar, relembro algumas histórias, dou risadas com os casos que eles contam.
De repente a música pára, as vozes cessam e tudo acaba.
Não, o Vox antigo não reabriu e eu não voltei no tempo.
Estou em casa, de cama, só lembrando de como eram as coisas.
Tenho certeza que não sou a única. Nós mudamos, nossa vida mudou.
E o Vox nem existe mais. Pelo menos não aquele que era a nossa casa.
O bom é que lembranças não acabam.

2 comentários:

Jana disse...

porque estas a gente guarda sempre...

beijo

Yuppie disse...

ahaha, por um momento vc até que me enganou.
Volta e meia eu também viajo e ando por "aqueles lados", foram meses engraçados e de, acredite ou não, auto-conhecimento.

Ps: mas cá entre nós, ainda bem que acabou.

Ah, e parabéns pelo blog!
Hugo